XTREME é uma das maiores lojas de sneakers e sportswear em Portugal

Desde os anos 90 que a XTREME tem vindo a construir uma referência. A loja de Aveiro tem hoje já três espaços diferenciados e esperam-se novidades para breve.

Estivemos à conversa com Edgar Seabra, responsável da XTREME sobre as marcas, os tops de vendas, o negócio online, e a nova dimensão do negócio dos sneakers em Portugal. Leiam em baixo e descubram a XTREME.

Queremos saber a história sobre o estabelecimento da XTREME…

A XTREME enquanto marca nasceu em meados dos anos 90. Mas a história remonta a Maio de 1985, ano em que o meu pai se estabeleceu por conta própria e abriu a 1ª loja.

Tinha 30m2 e trabalhava sozinho. Entretanto o negócio foi crescendo, e com ele as mudanças de localização (para zonas mais interessantes comercialmente), layout, nome, imagem, etc.

Actualmente temos um total de três lojas em Aveiro, duas XTREME e a SoHo, com um conceito um pouco mais alternativo, e a loja online, empregamos actualmente um total de 18 pessoas.

No momento sabemos que têm apenas lojas em Aveiro, existem planos para expansão?

Sim, estamos a trabalhar nesse sentido. Quando estamos à frente de um negócio, queremos sempre mais e também o melhor para o seu desenvolvimento.

Conseguimos atravessar estes últimos 3 anos de “crise” com relativa tranquilidade o que nos permitiu, de alguma forma, estruturarmo-nos e criar as bases para agora partirmos, com cautela, para a expansão.

Estamos a analisar propostas e localizações. Ainda não está nada “fechado” mas deverá haver novidades para breve.

E no que toca ao negócio online – como é que as coisas estão a correr? Vendem mais para Portugal, ou para o estrangeiro?

A loja online está a ser uma agradável surpresa em diversos aspectos. Além das vendas que tem gerado, tanto online como nas lojas físicas, serviu para nos “apresentar ao país e ao mundo”.

Colocou a XTREME no mapa. Depois temos procurado prestar o melhor serviço possível. Tanto na atenção ao cliente, como nas entregas e os resultados estão à vista.

O feedback dos clientes tem sido espectacular! No que respeita a vendas, a percentagem maior é para o território nacional. Também porque ainda só temos o site em português, o que por si só limita. Mas a estratégia foi propositada, de forma a podermos primeiro implementar procedimentos relativamente à gestão de stocks, encomendas, envios, etc.

Agora que as coisas estão mais oleadas, iremos disponibilizar o site em inglês de forma a atingir um maior número de mercados. Contudo, já fizemos vendas para França, Suíça, Bélgica, Holanda…

Podem revelar qual o Top 3 de modelos mais vendidos? Em loja e online?

Online: 1º – Reebok Crossfit Nano 4.0, 2º – Paez, 3º – Nike Air Max 90 (White/Wolf Grey)

Em loja: 1º – Nike Air Force 1 (GS) (White/White)

O pessoal que trabalha nas vossas lojas tem alguma formação específica no que toca a algum conhecimento do negócio/história e envolvente dos sneakers?

Algum, claro. Obviamente que, com toda a abrangência de marcas e produtos com que actualmente trabalhamos, nem sempre é fácil acompanhar as histórias associadas a cada lançamento ou à evolução das tecnologias.

Mas procuramos sempre passar o máximo de informação possível ao staff para que possam fazer uma venda devidamente informada.

Têm vindo a desenvolver num catálogo cada vez mais diferenciado no domínio dos sneakers – porquê essa aposta?

Sempre nos procurámos diferenciar da concorrência pela oferta distinta e diversificada. Os sneakers sempre foram o nosso forte. E como tal, temo-nos focado naquilo onde somos melhores. Neste momento não há nenhuma loja a nível nacional tenha 800 referências diferentes de sneakers. Nós temos!

E só não temos uma oferta ainda mais diferenciada porque estamos um Portugal – o que é que isso quer dizer? Quer dizer que, por um lado, para as marcas, o país é tão pequeno e representa tão pouco (ou nada) que alguns dos principais lançamentos, cujas quantidades são limitadas, não chegam cá, logo não os conseguimos ter.

Por outro, a mentalidade ainda é pequena – as pessoas querem ser diferentes e ter o seu estilo próprio e no final acabam por andar todos de igual e a calçar o mesmo. É uma dicotomia porque se por um lado querem ser diferentes, por outro só são aceites e integrados na sua “tribo” se andarem como os outros.

Daí que haja modelos que acabem por não ter “sucesso”. Por poderem ser considerados demasiado “fora”.

E para quando essa mesma aposta com marcas de vestuário – no essencial marcas que não existem em Portugal?

No vestuário também procuramos ter sempre coisas novas. O mercado assim o exige. Se no calçado o mercado é mais estável e o consumidor mais fiel ao estilo e identidade de uma determinada marca, no vestuário, principalmente nos últimos anos, a volatilidade é impressionante.

Acho que as marcas de vestuário mais consagradas estão com alguma dificuldade em fidelizar consumidores e isso obriga-nos a procurar permanentemente alternativas. Já nesta coleção de Primavera/Verão teremos marcas novas a entrar nas lojas como a Eleven Paris ou a Cheap Monday.

X-Treme

Partilham a opinião de que este negócio (dos sneakers) está mesmo a crescer, e não só nas margens?

A nível de mercado são sei se se sente a crescer. Como referi há pouco, o nosso forte sempre foram os sneakers, é por eles que os clientes nos procuram e por isso conhecemos bem o fascínio que gera cada vez que entram na nossa loja.

Os teus sneakers são um prolongamento da tua identidade, do teu estilo. Se tiveres 10 pessoas todas vestidas de igual, e só os ténis forem diferentes, consegues perceber e identificar o estilo de cada um pelo que trazem calçado. Mais depressa te diferencias pelo que trazes calçado do que vestido.

Agora o que se nota é as marcas a apostarem cada vez mais e mais forte na oferta e variedade de sneakers. Na oferta de moda, no mix de materiais, tecnologias, nas parcerias que têm vindo a fazer com lojas, estilistas, músicos e artistas… Isso poderá vir a ter reflexos no mercado e na vontade dos consumidores de quererem mais e diferentes.

Podem revelar algumas das novidades que vão ter disponíveis em breve? Marcas, modelos?

Estamos a trabalhar com as marcas no sentido de ter alguns modelos exclusivos e em exclusivo para Portugal. Vamos ver…

Por fim, partilhem connosco sobre o que acham que é ainda necessário fazer para que o negócio dos sneakers cresça ainda mais entre nós…

Acho que o que é preciso fazer, está a ser feito. Mas é um processo. É gradual. Por um lado as marcas a apostar forte nas suas linhas e nas parcerias que têm vindo a desenvolver, por outro os retalhistas a disponibilizá-las ao mercado.

No meio, o trabalho dos bloggers e dos opinion leaders a plantar as sementes. Tudo somado fará com que a cultura cresça. Hoje em dia, com a informação disponível literalmente na “palma da mão” através dos smartphones e tablets temos consumidores mais e melhor informados.

No fim, como em tudo, sobreviverão os que melhor se souberem adaptar às mudanças e constantes evoluções do mercado.