E se um dia alguém enviar um convite para trabalhar para a Nike? Isso foi mais ou menos o que aconteceu com Hugo Silva. Designer, cujo trabalho já incluiu por exemplo representar Portugal no Young Lions, em Cannes, Hugo Silva decidiu dar corpo à sua identificação com a marca e com o desporto através de uma interpretação do conceito “Laces”. A marca norte-americana gostou do que viu e o resto aconteceu, como em todas as boas histórias.
Podes apresentar-te?
O meu nome é Hugo Silva, sou de Lisboa, tenho 28 anos e sou um designer e ilustrador com cerca de 6 anos de experiência no mercado. Sou licenciado em Design Gráfico no IADE e mestre em Teoria da Cultura Visual.
Foco-me principalmente em branding, packaging, editorial e ilustração.
Já representei Portugal nos Cannes Lions – Festival Internacional de Criatividade. No concurso Young Lions.
Actualmente trabalho como designer Na Bliss Applications, uma empresa de design e tecnologia de aplicações móveis. Ao mesmo tempo trabalho como designer freelancer, onde aproveito para fazer projectos paralelos como é o caso deste “Nike Laces”.
Como é que começou o projecto “Laces” para a Nike?
Esta ideia surgiu quando estava à espera de um avião, depois de desenhar tudo o que havia à minha volta, comecei a olhar para os ténis e para o logótipo da Nike e a pensar se seria possível criar algo diferente para uma marca tão massificada. No design o nosso trabalho é ligar os pontos, mesmo os que não fazem sentido. Ou seja começei a pensar na marca, em ténis, atacadores… logótipo da Nike em atacadores, bingo! Claro que isto foi só o início, há um tempo de experimentação e maturação a ideia, até chegar onde chegou.
Depois coloquei o projecto no site http://www.behance.net/yhello uma montra para todos os criativos. Que permite ver e ser visto em todo o mundo. Temos o feedback de outros criativos e, através dos nossos projectos, chegamos até às grandes marcas.
E em termos de produção, quando é que vamos ver as tees nas lojas?
O conceito de utilizar os atacadores para construir type deu origem a duas tees diferentes, uma já saiu, como o título “Just Dunk it laces” a outra, baseada no projecto original “Laces” sairá brevemente com o lançamento de uns novos ténis de corrida.
E quanto à tua relação com a Nike, como é que ficou?
A Nike é uma marca global e nesse sentido eles recorrem a criativos de todo o mundo. Diria que neste momento já conhecem o meu trabalho e podem a qualquer momento convidar-me para um novo projecto.
És fã de desporto, ou de sneakers em particular?
Sou um fã de desporto e de sneakers também, tenho uma boa coleção de sneakers da Nike. Adoro jogar futebol e fazer umas corridas de vez em quando. Aquilo que vestimos e calçamos acaba por ser uma extensão daquilo que somos e da como pensamos.
O que é que nos falta para termos uma marca global e de referência na área de desporto? É só mesmo do branding?
Portugal é conhecido pela qualidade dos seus sapatos em alguns mercados internacionais, ou seja o conhecimento não nos falta. Existem algumas marcas portuguesas que conseguem atingir o mercado internacional, como, por exemplo, a Fly London. Em termos de produto massificado não temos qualquer hipótese de competir com as grandes marcas, mas se houver uma forte aposta na diferenciação e personalização, a criação de produto para nichos, com um branding com posicionamento internacional, penso ser possível a existência de uma marca de origem portuguesa no mercado global.
E qual o teu próximo desafio criativo?
Estou sempre a desenvolver vários projectos para além do meu trabalho a full time na Bliss. Existem várias ideias na gaveta, algumas delas relacionados com desporto. Um deles é o “Swoosh of Sports” uma exploração gráfica do símbolo da Nike associado ao desporto.
http://www.behance.net/gallery/NIKE-Swoosh-of-Sports/6540907