Sneakers Love Portugal convida Armando Gomes

Armando Gomes From Lisboa desde 1983 (vamos chamar-lhe assim hoje) é designer e director de arte, e sempre que pode anda em busca de Air Max, para ele e para o filho, que fica ainda mais feliz quando vê que tem uns sneakers iguais aos do pai.

É fã assumido da Nike, mas não se esquece das outras marcas. A colecção de sneakers, essa, encontra já a meia centena, um número generoso. Estivemos à conversa com mais um dedicado membro da causa dos sneakers em Portugal.

As lojas, as compras online, as horas de busca a perder de vista, e as sensações únicas de alguém que faz (quase) tudo por aquele par. Leiam a entrevista em baixo.

Quantos sneakers é que tens?

Colecciono desde que me lembro. Guardo um bocado de tudo aquilo que me interessa, sejam músicas, prints, livros, letras, fontes, brinquedos, frases ou desenhos feitos em toalhas de mesa durante a hora de almoço. Guardo, fotográfo e levo para casa muita coisa (coisas de mais). Em relação aos ténis, tenho cerca de 50 pares, de vários modelos diferentes.

As paixões vão mudando, mas antes de fazer uma colecção digna desse nome quis certificar-me de que tinha todos os modelos “clássicos” de que gostava mesmo. Todo o amante de ténis tem uma marca de eleição e eu escolhi a Nike. Gosto muito dos Air Max 1´s e 90´s.

Não sou um gajo muito dado às cenas modernas – estranho tudo o que é hyperfuse ou Flyknit. Prefiro sempre as colorways originais, e essas tenho todas. Para além da minha colecção estou a fazer uma em paralelo, com tamanhos de criança para o meu filho. Gosto muito de ver a reacção dele quando vê que tem calçados uns ténis iguais aos do Pai.

Qual foi o sítio mais longínquo onde já compraste sneakers?

A maior parte dos ténis que tenho foram comprados online. Os que vieram de mais longe acho que foi mesmo do Japão. Comprar online facilita muita coisa. A única questão é mesmo o ter de pagar a alfândega, quando vêm de fora da união Europeia. Às vezes o custo é demasiado elevado e desajustado, chegando a pagar para desalfandegar uns ténis o mesmo que pagas por eles na loja.

Já fizeste alguma espera à porta de lojas? Daquelas em tenda e tudo?

Nunca fui para a porta de loja nenhuma (até porque em Portugal não há nenhuma loja onde isso se possa fazer). O máximo que fiz foi ficar online à espera do drop no dia para ter a certeza que não escapavam.

Ainda assim, sempre que faço uma viagem, faço sempre um “roteiro turístico paralelo” para ter a certeza que passo pelos spots que conheço onde se partilha a mesma paixão. É sempre diferente ir aos sítios e conhecer as pessoas do que ver pela net.

Armando Gomes From Lisboa 1983

Usas sneakers todos os dias, ou a tua vida não o permite?

Sou designer/director de arte e tenho a sorte de trabalhar em ambientes descontraídos que me permitem usar aquilo que me apetecer. Isto facilita a “rotatividade” das caixas lá de casa. Eu uso os ténis todos que tenho, apesar de realmente haver aqueles que só saem da caixa em dias de sol.

O que achas que pode e deve ser feito em Portugal para melhorarmos em termos de mercado, de procura e oferta?

Nos dias que correm a internet veio estragar um bocado os planos dos lojistas de todo o Mundo. Ainda assim acho que precisamos em Portugal de ter uma referência como existe em cidades “pouco maiores” do que a nossa.

Há várias capitais Europeias que têm 2 ou 3 lojas especializadas em ténis, que fazem inclusive as suas próprias colaborações com as marcas, e as lançam instore para garantir que quem as quer comprar espera lá pelo drop.

Isso alimenta e humaniza muito “a cena” e cria uma mística diferente em torno de quem quer e procura. É óbvio que tudo teria de acontecer à escala, como acontece por cá na música, na arte e em outras realidades de nicho. Mas o importante é que aconteça.

Como em tudo, o Português vira-se e arranja alternativas. O facto de não haver lojas especializadas não quer dizer que quem procura ténis não os consiga comprar.

De resto, acho que esta é como qualquer outra paixão, resulta em muitas procuras na internet com horas perdidas à procura do modelo e do número certo, e surge como qualquer outro assunto, em conversa normal entre amigos que partilham essa “sneakerheadzice”.

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Saibam mais sobre o Armando Gomes From Lisboa desde 1983:

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