Ace é parte da história dos sneakers entre nós
Os seus Mind da Gap rimaram como ninguém a dedicação à causa sneaker em ‘Tilhas? São Sapatilhas’, e estão entre os pioneiros de um modo de vida. A obsessão dos sneakers, os modelos eleitos, o prazer de observar uma colecção, tudo isto fez parte de uma conversa para ler e voltar a ler devagar.
Senhoras e senhores, Ace.
O que é que representa para ti a tua colecção de sneakers?
Eu sou fanático por sneakers. 100% sneaker addict. Portanto, ter sapatilhas – quantas mais, melhor – é um prazer pessoal.
A maior parte das sapatilhas que figuram na minha colecção são Nike e foram conseguidas através de um apoio da marca que tivemos durantes uns anos. Por algum tempo, alimentei a fantasia de ser patrocinado pela Nike, a minha marca favorita, era uma espécie de sonho.
Sempre que olho para a minha colecção percebo que os sonhos estão ao alcance de quem fizer o que é suposto para os concretizar. É isso que a minha colecção representa.
Ser um sneakerhead é um modo de vida, ou apenas uma obsessão?
Para mim, é uma obsessão. Ou melhor, um prazer estético, de apreciação de coisas bonitas. Não é a única “obsessão material” que tenho e, regra geral, considero-me um apreciador de beleza. Esta minha queda para o diletantismo podia ter-se inclinado para outras coisas que não as ‘tilhas e o resto. Há muitas coisas bonitas para apreciar.
Não há dúvida que usar certo tipo de vestuário, ‘tilhas incluídas, pode ser uma afirmação da nossa identidade, mas não vejo o meu gosto por calçado desportivo como um estilo de vida. Talvez o facto de eu ser sneakerhead seja só uma das coisas que compõem e ajudam a explicar o meu modo de vida, mas não o são de per si.
No entanto, já tive o prazer de trabalhar na indústria, a desenhar e personalizar modelos de sapatilhas para uma marca espanhola e adorei a experiência. Podia fazer vida disto…
Consegues escolher três sneakers de uma vida (até agora)?
1- air jordan III: my preciouuusss…. as minhas jordan favoritas
2- air jordan IV: air jordan IV custom. Personalizadas por mim.
3- nike air max 95 (só para não serem as 3 air jordan) as mais “frescas”, prenda mais recente da DVS. As Daewon 13 CT.
Costumas ficar a admirar a tua colecção?
Sim, confesso. A minha colecção está em frente da minha cama, portanto, quando me deito e quando acordo, elas estão logo todas ali…
E, todos os dias, quando me visto, tenho de ficar a olhar para elas para escolher o que vou calçar. E não é fácil.
Concordas com o facto de que é a cultura sneaker que impulsiona muito da arte urbana que vai por aí?
A cultura sneaker não é algo que se possa desconectar de uma série de outros movimentos, penso eu. Normalmente, está associada a outra cultura qualquer. Seja musical, seja de outro tipo.
Não acho que a influência da cultura sneaker se possa destacar dessa forma. Acho que faz parte de uma amálgama pouco uniforme, mas com traços em comum, de várias culturas que se cruzam. Por vezes, a sneaker addiction é a única coisa que traz dois movimentos distintos a um cruzamento.
E a própria indústria de calçado é hábil em absorver e apropriar-se de conceitos exteriores à mesma para imprimir uma espécie de “factor familiaridade” para com os seus produtos.
E quanto a sites para notícias, lojas para compras?
Acompanho o SneakerFreaker, no site e assino a revista. Também assino a Shoes Up, revista francesa. Para “passear e ver montras”, o site da Hanon, Crooked Tongues, a nível nacional, o site da Carsportif, onde tenho o bónus de descontos de amigo, hoje em dia são muitos os sites e blogs onde se pode acompanhar os lançamentos da indústria e/ou comprar.
Não passeio tanto nos dias “troikianos” que se vivem. As obsessões assumem um plano secundário quando estão outras coisas em causa.
Partilha connosco sobre qual seria (hipoteticamente) o modelo ideal para ser assinado como a primeira colaboração dos Mind da Gap.
O modelo Mind da Gap tinha de ser feito sobre um modelo Air Jordan. Algo tipo as Spizike, que conseguisse combinar o look vintage ou retro com algo futurista. Os Mind da Gap em ‘tilha.